
Por Sky Rodrigues
Quando iniciei a carreira de radialista, bem no início dos anos 90, o rádio tinha uma certa magia que me cativou instantaneamente. Não eram só os “vozeirões” dos locutores que me deixavam curiosa e com muita vontade de entrar naquele “mundo mágico”, mas o todo, músicas, vinhetas, as festas, tudinho!
Mesmo possuindo uma certa experiência na música como cantora, minha relação com o rádio ainda traria muitas surpresas.
Foi tudo muito rápido. De repente eu estava ali na recepção aguardando a hora de entrar na sala do coordenador da emissora. De tanto que insisti ele não teve como evitar o encontro, mas foi direto ao assunto:
___ “Olha querida, aqui não trabalhamos com estagiários. Nosso quadro de locutores está completo. Aliás, temos os melhores do mercado...”
Era verdade. Ou quase que totalmente verdade. Acho que a sorte aliada à minha total incapacidade de aceitar não como resposta foi o que fez com que 2 meses depois eu estivesse operando com toda “segurança” e empolgação de uma estagiária. Mas eu apenas operava, não falava absolutamente nada... nem a hora.
Em uma dessas tardes rotineiras lá estava eu “operando” quando o coordenador saiu com essa:
___ “Sky, amanhã você começa no ar.”
Dá pra imaginar a minha cara de susto?
Naquela época, as emissoras normalmente trabalhavam com uma só locutora e os demais eram os queridinhos da mulherada.
Era tudo muito redondinho. Programação 24 horas, segmentada, éramos treinados pra falar na introdução das músicas e ninguém entrava no “game” sem o tal DRT. Eu acabei me acostumando com esse modelo e talvez por isso, não compreenda facilmente como hoje em dia basta comprar um espaço na rádio e pronto, o cara entra no ar, fala o que quer, do jeito que quer e vira locutor da noite pro dia.
Nem estou colocando a questão acadêmica, pois sei perfeitamente que talento não se aprende em sala de aula, mas existem algumas técnicas que são necessárias para um bom desempenho na locução e isso só a experiência e a busca pelo aperfeiçoamento conseguem trazer.
Tudo bem, a terceirização parece mesmo ser o modelo mais interessante comercialmente falando e as rádios não vivem só de métrica, mas o negócio está ficando bagunçado demais! Cada emissora monta sua estratégia de programação de acordo com interesses, que em alguns casos, vão muito além do simples: INFORMAR, ENTRETER E EDUCAR.
Acredito em um rádio mais interativo com a internet e outras ferramentas, buscando aproximar-se ao máximo dos interesses do ouvinte. A linguagem mudou e a pessoa do outro lado quer ter a sensação de exclusividade.
Por isso precisamos de gente preparada, para atuar na profissão. Somos formadores de opinião, portanto, temos enorme responsabilidade com o que dizemos e de como agimos.
Usemos o veículo de maneira mais digna.
3 comentários:
Olá, primeira vez que entro neste blog, muuuito bom encontrar um blog com esta proposta de cultura regional. Parabéns.
Oi Rafael
Bom, queremos reunir pessoas que tenham vontade de disseminar a cultura, discutir o cenário no Brasil e no mundo.
Legal voce ter vindo.
Manda o link pros amigos.
abração.
Sky Rodrigues
Sky, meus parabéns pelo blog , por falar da cultura, as minhas homenagens, por isso que te respeito muito.
Não sei você sabia mas sou um grande apaixonado pelo radio, pois bem, ouvindo a Radio Eldorado AM (SP) via internet nesta manhã de domingo ouvi o programa Letras e Leituras, qual foi a minha feliz surpresa o entrevistado do programa era o amazonense Miltom Hatoum falando do lançamento do seu livro, fiquei atento a entrevista pois já tinha lido no seu blog (ontem sábado) a respeito deste consagrado escritor amazonense.
Mais uma vez parabéns , segue link da entrevista, seria interessante colocar no blog.
Grande beijo
http://www.letraseleituras.com.br/entrevistas/?a=milton_hatoum
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