domingo, 20 de julho de 2008

NO MUNDO DA TERCEIRIZAÇÃO



Por Sky Rodrigues

Quando iniciei a carreira de radialista, bem no início dos anos 90, o rádio tinha uma certa magia que me cativou instantaneamente. Não eram só os “vozeirões” dos locutores que me deixavam curiosa e com muita vontade de entrar naquele “mundo mágico”, mas o todo, músicas, vinhetas, as festas, tudinho!

Mesmo possuindo uma certa experiência na música como cantora, minha relação com o rádio ainda traria muitas surpresas.

Foi tudo muito rápido. De repente eu estava ali na recepção aguardando a hora de entrar na sala do coordenador da emissora. De tanto que insisti ele não teve como evitar o encontro, mas foi direto ao assunto:

___ “Olha querida, aqui não trabalhamos com estagiários. Nosso quadro de locutores está completo. Aliás, temos os melhores do mercado...”

Era verdade. Ou quase que totalmente verdade. Acho que a sorte aliada à minha total incapacidade de aceitar não como resposta foi o que fez com que 2 meses depois eu estivesse operando com toda “segurança” e empolgação de uma estagiária. Mas eu apenas operava, não falava absolutamente nada... nem a hora.

Em uma dessas tardes rotineiras lá estava eu “operando” quando o coordenador saiu com essa:

___ “Sky, amanhã você começa no ar.”

Dá pra imaginar a minha cara de susto?

Naquela época, as emissoras normalmente trabalhavam com uma só locutora e os demais eram os queridinhos da mulherada.

Era tudo muito redondinho. Programação 24 horas, segmentada, éramos treinados pra falar na introdução das músicas e ninguém entrava no “game” sem o tal DRT. Eu acabei me acostumando com esse modelo e talvez por isso, não compreenda facilmente como hoje em dia basta comprar um espaço na rádio e pronto, o cara entra no ar, fala o que quer, do jeito que quer e vira locutor da noite pro dia.

Nem estou colocando a questão acadêmica, pois sei perfeitamente que talento não se aprende em sala de aula, mas existem algumas técnicas que são necessárias para um bom desempenho na locução e isso só a experiência e a busca pelo aperfeiçoamento conseguem trazer.

Tudo bem, a terceirização parece mesmo ser o modelo mais interessante comercialmente falando e as rádios não vivem só de métrica, mas o negócio está ficando bagunçado demais! Cada emissora monta sua estratégia de programação de acordo com interesses, que em alguns casos, vão muito além do simples: INFORMAR, ENTRETER E EDUCAR.

Acredito em um rádio mais interativo com a internet e outras ferramentas, buscando aproximar-se ao máximo dos interesses do ouvinte. A linguagem mudou e a pessoa do outro lado quer ter a sensação de exclusividade.

Por isso precisamos de gente preparada, para atuar na profissão. Somos formadores de opinião, portanto, temos enorme responsabilidade com o que dizemos e de como agimos.

Usemos o veículo de maneira mais digna.

3 comentários:

Salve Rainha Bijoux disse...

Olá, primeira vez que entro neste blog, muuuito bom encontrar um blog com esta proposta de cultura regional. Parabéns.

Sky Rodrigues disse...

Oi Rafael
Bom, queremos reunir pessoas que tenham vontade de disseminar a cultura, discutir o cenário no Brasil e no mundo.
Legal voce ter vindo.
Manda o link pros amigos.

abração.
Sky Rodrigues

Luiz disse...

Sky, meus parabéns pelo blog , por falar da cultura, as minhas homenagens, por isso que te respeito muito.
Não sei você sabia mas sou um grande apaixonado pelo radio, pois bem, ouvindo a Radio Eldorado AM (SP) via internet nesta manhã de domingo ouvi o programa Letras e Leituras, qual foi a minha feliz surpresa o entrevistado do programa era o amazonense Miltom Hatoum falando do lançamento do seu livro, fiquei atento a entrevista pois já tinha lido no seu blog (ontem sábado) a respeito deste consagrado escritor amazonense.
Mais uma vez parabéns , segue link da entrevista, seria interessante colocar no blog.
Grande beijo

http://www.letraseleituras.com.br/entrevistas/?a=milton_hatoum